Durante um estágio em Direito, é comum que os estagiários enfrentem desafios que testam suas habilidades e conhecimentos adquiridos até então. No entanto, alguns desafios podem se tornar verdadeiros marcos na vida profissional e pessoal. Este é o relato de uma experiência transformadora que me levou a refletir sobre a força da fé e o propósito na advocacia. Sob a orientação da respeitável Dra. Ângela, fui designado para representar um caso em uma audiência de conciliação, uma tarefa incomum para um estagiário. A experiência que se seguiu não só testou minha prontidão profissional, mas também revelou um aspecto mais profundo da prática jurídica.
Introdução ao Desafio
A confiança da Dra. Ângela em mim foi evidente quando me pediu para representar um caso em uma audiência de conciliação. Até então, minhas experiências no estágio eram limitadas a tarefas administrativas e pesquisas jurídicas. O caso em questão envolvia um plano de saúde que havia sido cancelado de maneira indevida, prejudicando uma família que dependia desse serviço para a saúde do filho pequeno. Era uma responsabilidade enorme, e saber que minha supervisora acreditava em meu potencial foi motivador, mas também intimidante.
A Chegada à Audiência e o Encontro com a Cliente
Ao chegar ao local da audiência, conheci a cliente, uma senhora humilde e visivelmente ansiosa. Ela me contou sobre o desespero causado pela perda do plano de saúde e como isso impactava diretamente a condição médica de seu filho. O momento mais marcante desse encontro foi quando a senhora, demonstrando uma fé inabalável, disse que acreditava que venceríamos e perguntou sobre minha crença em Deus. Confesso que sua convicção me pegou de surpresa. Eu, que inicialmente era cético quanto ao sucesso da audiência, comecei a refletir sobre a força que essa fé podia trazer para a situação.
A Audiência e o Desenrolar Surpreendente
A audiência de conciliação começou com ambas as partes apresentando suas posições. A empresa de plano de saúde parecia despreocupada, acreditando talvez que haveria um acordo mais favorável a eles. No entanto, com argumentos bem fundamentados e o apoio emocional que passei a sentir da firme crença de nossa cliente, algo surpreendente aconteceu. A empresa, reconhecendo a falha, propôs um acordo favorável, restabelecendo o plano de saúde de forma mais abrangente do que o solicitado inicialmente. Foi um momento de alívio e alegria, que consolidou a crença de nossa cliente no poder da fé e me deixou refletindo sobre a inesperada reviravolta da situação.
Reflexões sobre Fé, Advocacia e Propósito
Essa experiência me ensinou mais do que poderia imaginar. Aprendi que a advocacia não é apenas sobre conhecimento técnico, mas também sobre empatia, resiliência e, muitas vezes, uma conexão com algo maior. A fé da cliente, que inicialmente me parecia ser um simples otimismo, revelou-se como um elemento crucial para o desfecho positivo do caso. Isso me levou a refletir sobre o propósito da minha escolha profissional, indo além da busca por justiça, sendo também um caminho para apoiar, compreender e, muitas vezes, acreditar no impossível junto de quem confia no nosso trabalho.
Em suma, a experiência durante meu estágio não só expandiu minhas habilidades práticas no Direito, mas também me proporcionou uma nova perspectiva sobre a importância da fé e propósito profissional. Encerrei aquele dia com um senso renovado de responsabilidade e gratidão, ciente de que a advocacia pode ser um verdadeiro exercício de fé e vontade.
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